Economia Circular

Tecnologia para reduzir dependência de matéria-prima virgem na indústria de plástico

Por Laura Detomini, Líder de Comunicação para Packaging & Specialty Plastics 

A economia circular consiste em um modelo de negócio em que não existe o conceito de fim da vida de um produto. Em vez disso, o que existe é a reutilização em um ciclo sem desperdício ou geração de lixo. A economia circular, no entanto, não se concretiza apenas no fim da cadeia, ela deve ser, inclusive, praticada já na fase da escolha de materiais. 

Quando pensamos na cadeia de plásticos para embalagens, por exemplo, viabilizar um modelo de economia circular depende fundamentalmente do desenvolvimento de embalagens que permitam a reciclagem que irá acontecer adiante. Um número que não só ilustra, mas justifica a necessidade da adoção de tecnologias para reciclabilidade são as 80 bilhões de garrafas de plástico produzidas anualmente no mundo, segundo o Atlas do Plástico 2020, da Fundação Heinrich Boll e Break Free From Plastic. 

A produção bilionária, em quantidade e valor, é apenas um extrato de uma indústria que inevitavelmente discute meios de produção com vistas à reciclagem. O aumento da oferta de bens de consumo que necessitam de embalagens plásticas caminha de mãos dadas com a crescente e urgente necessidade de sustentabilidade nessa cadeia. 

Ainda segundo o Atlas do Plástico 2020, foram produzidas entre 1950 e 2017 mais de nove bilhões de toneladas de plástico, o equivalente a cerca de 400 milhões de toneladas fabricadas ao ano. Mas o que sobra em grandeza de produção e de consumo, ainda falta em reciclagem. Apenas 9% do plástico produzido anualmente no mundo é reciclado, daí a importância de se desenvolver cada vez mais produtos que permitam reciclabilidade para igualar essa balança. 

O ponto de virada está no desenho de produtos que possam ser reciclados, e também na efetiva reciclagem após o seu consumo. A Dow atua nessas duas frentes. Por um lado, desenvolve materiais que facilitam a reciclagem; um exemplo são as resinas que permitem a produção de embalagens monomateriais. Por outro lado, produz também resinas a partir de material reciclado, contribuindo assim para o desenvolvimento de um modelo econômico circular. 

A resina feita a partir de polietileno de alta densidade pós-consumo reciclado recebeu o nome de PCR HDPE 96032 e é fruto de um esforço conjunto entre a Dow e a startup de reciclagem Boomera LAR. A partir da tecnologia desenvolvida pela Dow e com a produção concretizada em parceria com a Boomera, o novo PCR pode ser incorporado em diferentes aplicações do  plástico e mantém processabilidade e desempenho equivalentes aos produtos fabricados com resina 100% virgem. 

Solução para a América Latina 

A nova resina PCR faz parte da família REVOLOOPTM, marca pela qual a Dow amplia sua oferta de plásticos pós-consumo. Foi desenvolvida, testada e aplicada à cadeia produtiva de plástico do Brasil e já ganhou terreno na região latino-americana. Na Colômbia, a parceria entre Dow e Enka, empresa focada em economia circular, para produção da nova resina deve possibilitar a reciclagem de mais de duas mil toneladas de plástico por ano. 

Os testes para a nova resina PCR foram feitos no Pack Studios, um centro de inovação da Dow para o desenvolvimento de embalagens que agregam valor e competitividade à indústria do plástico. É por meio do Pack Studios que a Dow vem ampliando seu portfólio de materiais compatíveis com processos de reciclagem. 

Além da Colômbia, estão em andamento trabalhos com parceiros no México e Argentina para desenvolver resinas pós-consumo. O esforço de desenvolver resinas feitas a partir de material reciclado e produzi-las em escala faz jus à meta anunciada pela Dow de viabilizar a coleta e reutilização de um milhão de toneladas de plástico até 2030, um objetivo que se cumpre com parceiros em toda a América Latina. 

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