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Embalagem monomaterial: o futuro já chegou!

por

Marcus Vinicius Carvalho

Latin America Marketing Manager for Food & Specialty Packaging -Dow

Repensar o design de produto a partir da lógica da economia circular é uma prioridade para toda a cadeia do plástico, atualmente, em especial para a indústria de embalagem. Etapa essencial no processo de desenvolvimento de embalagens pautado na circularidade, o chamado design for recyclability (desenho para reciclagem) traz uma nova maneira de produção eficiente sem impactar o ambiente, além de atender às demandas do consumidor – que já provou, em diferentes pesquisas, estar inclinado a optar pelo produto sustentável, diante de duas opções similares.

Quando idealizadas para facilitar a reciclagem, as embalagens não apenas têm diminuído o seu impacto ambiental, como promovem desenvolvimento socioeconômico. De acordo com o estudo Perfil 2017, da Abiplast, cada tonelada de material reciclado produzido gera mais de três postos de trabalho de catadores, que recolhem esse volume no mês. E, segundo levantamento do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), por ano, o Brasil produz cerca de 10,5 milhões de toneladas de resíduos plásticos. Caso todo esse material fosse reciclado, ele retornaria cerca de R$ 5,7 bilhões para a economia.

Embalagens flexíveis monomaterial facilitam a reciclagem

Com um alto índice de reciclabilidade, as embalagens flexíveis monomaterial são ideais para o processo de reciclagem mecânica. Esse processo, que começa com a coleta seletiva, resulta em resina reciclada que pode ser usada na fabricação de novas embalagens, para produtos de limpeza, por exemplo. Segundo o relatório The Future of Recycled Packaging Markets to 2023, da Smithers Pira, o uso de material reciclado gasta 80% menos energia, na comparação à necessidade energética para a produção de uma resina virgem.

Ocorre que, até pouco tempo, as embalagens flexíveis fabricadas com apenas um tipo de polímero eram pouco exploradas pela indústria por não atenderem os requisitos de eficiência. Mas com o desenvolvimento de novas soluções, a opção pelo monomaterial vem aumentando de forma acelerada, facilitando a criação de uma cadeia circular. Isso possibilita que as embalagens produzidas não vão parar em aterros ou, pior ainda, nos oceanos.

E mais: no âmbito da União Europeia, a utilização do monomaterial é parte do processo de modernização do segmento de embalagens. Isso porque, a meta estipulada para os países do bloco é chegar a 2030 com a totalidade das embalagens de plástico sendo recicláveis ou reutilizáveis. E as flexíveis monomaterial são a solução mais eficiente para alcançar esse objetivo.

No Brasil, qualquer medida que aumente as taxas de reciclagem são bem-vindas, pois, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), somente 26% (550,4 mil toneladas) do total de embalagens plásticas produzidas no Brasil são recicladas. Os benefícios vão além de se evitar que esses resíduos sejam dispostos em aterros, o processo possibilita também redução da emissão de 1,53 toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera a cada tonelada de materiais plásticos.

Avanços tecnológicos

Globalmente, o polietileno é o material mais utilizado em embalagens flexíveis, representando 40% dos polímeros utilizados pela indústria. E, segundo dados levantados pela Smithers Pira, no segmento de embalagens flexíveis, o consumo de PE deverá crescer 4,5% no mundo, de 2017 a 2022. (ver infográfico abaixo)

As estruturas monomaterial passaram por avanços significativos, em especial as confeccioandas só com polietileno. Atualmente, as formulações com PE aportam carecterísticas similares àquelas que eram exclusividade de outros materiais, como PET. Essas formulações possuem elevados níveis de rigidez e altas propriedades óticas. Além da sua característica principal que é a alta selagem. Tudo isso com a vantagem de que o PE já conta com uma cadeia de reciclagem em vários países no mundo. Para se ter uma ideia, no mercado norte-americano, as embalagens flexíveis de PE são as mais recicladas, respondendo por 61% do total.

Comprometida em colaborar com a cadeia no desenvolvimento de artigos que cumpram seu propósito de maneira eficiente, fazendo a transição para uma economia circular, a Dow vem investindo constantemente em inovações colaborativa com a cadeia. A resina INNATE™ TF é uma delas: ela permite a produção de filmes de polietileno biorientados (BOPE) que atendem às necessidades dos produtores regulares de BOPP que procuram inovação de portfólio e o fornecimento de substratos que facilitem a confecção de embalagens recicláveis para diferentes aplicações (ração para animais, alimentos processados, itens de higiene pessoal e produtos de limpeza). Já o ELITE™ AT possibilita aos fabricantes criarem embalagens de polietileno reciclável com barreira à umidade e gordura, substituindo, dessa forma, o uso de metalização.

Esses e outros exemplos reafirmam o compromisso da Dow com a produção de embalagens recicláveis, tendo em vista o objetivo maior que é o desenvolvimento de uma nova cadeia do plástico, com estrutura circular, que gere renda e seja sustentável. Nossos clientes e parceiros de negócio estão mais do que convidados a embarcar nessa jornada conosco.

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