Economia linear e economia circular: como se dá o processo de transição
Mudança de um modelo econômico para outro se baseia no uso mais inteligente dos recursos ao evitar desperdícios e prolongar a vida útil dos materiais
Transições nem sempre são fáceis, mas são necessárias para a evolução dos ciclos. E não seria diferente quando a mudança se refere à passagem da economia linear para a economia circular, que pressupõe a quebra das formas tradicionais de produção, da condução dos negócios e do modo como sua empresa se relaciona com os agentes da cadeia produtiva, além de contemplar benefícios para todos os envolvidos: companhias, pessoas e meio ambiente.
O modelo circular se apoia na seleção mais inteligente dos recursos, no melhor aproveitamento da matéria-prima e, especialmente, coloca uma visão estratégica sobre o reaproveitamento dos resíduos, princípio básico para prolongar a vida útil dos produtos. Especialmente, na cadeia do plástico, sabe-se que o seu reuso é essencial a fim de evitar o descarte inadequado e desnecessário.
Passo a passo rumo à economia circular
Para ajudar as marcas a percorrerem esse trajeto, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elaborou o levantamento Economia Circular – Oportunidades e Desafios para a Indústria Brasileira. O documento pontua o que é necessário para promover a mudança: “a transição dos modelos lineares para modelos circulares está associada a inovações no sistema de negócios com o objetivo de alcançar maior efetividade sistêmica e impactos positivos”.
O estudo ainda estabelece o movimento e as alterações necessárias para seguir rumo à economia circular, que implica mudar o pensamento corporativo: no lugar de escopo, entram os ecossistemas; eficiência se transforma em efetividade; redução de custos passa a ser geração de valor; os lucros abrem espaço para a inovação e os novos valores; colaboração substitui a competição e o consumidor se torna usuário. E a base, antes constituída por “extrair, produzir e descartar”, com o novo modelo firma-se em “planejado para restaurar e regenerar”.
Boti Recicla: programa de O Boticário é referência em reciclagem no país
O Boticário é uma marca brasileira que se destaca nesse quesito pela criação do Boti Recicla, maior iniciativa de reciclagem brasileira quando se trata de pontos de coleta. Este projeto propõe logística reversa, processo que permite ao consumidor retornar à empresa um produto pós-consumo, considerado um dos principais meios para diminuição de volume de resíduos gerados todos os dias.
Mais de 3,7 mil lojas da empresa de cosméticos são capazes de receber e direcionar o resíduo para as cooperativas, que selecionam e reciclam o material.
A trajetória em direção ao modelo circular compensa pelos resultados que essa mudança traz, como evitar as perdas e o desperdício, além de agregar valor ao negócio por meio dos ganhos sociais, afinal pode gerar empregos; reputacionais, uma vez que as boas práticas empregadas por sua empresa podem servir de inspiração para seus pares; e, por fim os financeiros devido às oportunidades que a economia circular apresenta: segundo o Fórum Econômico Mundial, a circularidade pode aportar US$ 1 trilhão à economia mundial.